segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Review: A Origem (Inception)


Imagine-se dentro de uma fortaleza ou de uma base militar. Lá dentro existem segredos que não podem ser revelados de forma alguma. Subitamente, soa o alarme. Invasores. Você, comandante, mobiliza as tropas e trava combate com os intrusos, tentando detê-los a todo custo.

Agora, imagine que, subitamente, você acorda em um restaurante requintado à beira do mar, em uma noite amena e agradável. Lá está você, na companhia de uma dama (ou rapaz, se preferir) elegante, atraente. Vocês estão tendo um momento memorável, pelo qual você vinha esperando a vida inteira. Ou estavam, antes de você pegar no sono. Você se desculpa pelo cochilo, sem suspeitar de que seus sonhos estavam sendo invadidos. Ou melhor, ainda estão...

Bem-vindo ao mundo de A Origem (Inception, no original), filme dirigido por Christopher Nolan (Batman Begins, Batman: O Cavaleiro das Trevas, O Último Truque) e estrelado por Leonardo DiCaprio (Titanic, Gangues de Nova York, Ilha do Medo). O filme conta ainda com a participação de Ellen Page (Menina Má.com, X-Men 3: O Confronto Final, Juno), Ken Watanabe (O Último Samurai, Memórias de uma Gueixa, As Cartas de Iwo Jima), Joseph Gordon-Levitt ((500) Dias Com Ela, G.I. Joe: The Rise of Cobra, 10 Things I Hate About You), Michael Caine (Miss Simpatia, Austin Powers: O Homem do Membro de Ouro, Batman Begins, Batman: O Cavaleiro das Trevas, O Último Truque), Cillian Murphy (Extermínio, Batman Begins, Batman: O Cavaleiro das Trevas) e grande elenco.

Dom, sua equipe de extratores, seu alvo e sua perseguidora.

O filme narra a história de Dominic "Dom" Cobb (DiCaprio) e Arthur (Gordon-Levitt), espiões diferentes do convencional: são munidos de equipamento e técnicas que lhes permitem invadir os sonhos de outras pessoas, quando suas mentes estão mais vulneráveis, e roubar ideias. Cobb é o melhor profissional que existe no ramo, o que lhe rendeu bons frutos no mundo da espionagem corporativa. Mas também é procurado internacionalmente por um crime que, em tese, não cometeu. Eis que Saito (Watanabe), um poderoso executivo, oferece a Dom uma chance de voltar pra casa e rever seus filhos, desde que cumpra uma missão especial: ao invés de roubar, terá que implantar uma ideia na mente de uma pessoa: Robert Fischer (Murphy), herdeiro de uma poderosa empresa de energia.


O que dizer? O filme é fantástico nos efeitos e, acima de tudo, no roteiro. Fazemos uma verdadeira jornada pelo subconsciente, desvendando os mistérios da mente humana. Cada elemento dentro de um sonho, cada ação dos extratores (como são chamados os espiões de sonhos) tem um significado. Por que as informações preciosas estão sempre em cofres ou locais fortificados? É a mente protegendo-as. Por que parece que passamos uma eternidade sonhando quando só se passaram 5 minutos? É nosso cérebro que processa informações mais rápido quando sonha. E há uma interação corpo-mente que também é claramente mostrada: qualquer coisa que acontecer a você no mundo real tem reflexos no sonho. Se lhe jogam um balde d'água, uma enchente lhe apanha no sonho. Isso também se aplica às sequências de luta no ar e de cabeça pra baixo que aparecem no trailer.

Sim, há um bom motivo para eles estarem lutando assim...


O processo de invasão de mentes também é complexo. Exige que tudo seja feito nos mínimos detalhes, elaborado de forma a manter a ilusão do sonho. Cópia de trejeitos e voz de outras pessoas é sempre bem-vindo. Lábia e persuasão, mais ainda. E se você tem traumas ou memórias marcantes, aprenda a lidar com isso: a culpa que Dom carrega e seu desejo de ficar com sua mulher e rever seus filhos faz com que eles apareçam nos sonhos, complicando as missões. É um elemento constante no filme que ajuda a conhecer melhor a mente do protagonista e lhe dá profundidade.

E essa profundidade não poderia ser alcançada, claro, sem a presença de bons atores. Todos eles desempenham muito bem seus papéis: DiCaprio convence como espião experiente, mas com dilemas que começam a atrapalhar seu próprio trabalho; Ellen Page novamente mostrando que é mais do que um rostinho bonito (e ladrão de corações - sensações do autor do post detected -cof, cof-), trazendo à tona a perspicácia de suas personagens anteriores. A projeção que Dom faz de Mal, a esposa de Dom, uma mulher tomada pela obsessão em escapar dos sonhos, interpretada por Marion Cotillard, também merece destaque. Nem preciso dizer que Ken Watanabe e Michael Caine também fizeram seu show, cada um ao seu modo: seja como um homem de negócios habilidoso, porém teimoso, seja como um professor obrigado a ajudar seu discípulo rebelde. E todos os demais atores também fizeram um ótimo trabalho e merecem, claro, seus devidos parabéns.

Quer saber o que há por trás deste pião? Assista ao filme!

Os efeitos também são um show à parte, e dosados na medida certa: as alterações no mundo onírico realmente impressionam e são bem utilizadas na trama, seja para mostrar o poder dos arquitetos - quem ajuda a "construir" os diferentes níveis dentro de cada sonho -, seja para mostrar a interação corpo-mente (como tudo no filme, tudo lá acontece por uma razão; até mesmo o que parece um excesso de uso da câmera lenta encontra justificativa no filme - dar noção da passagem do tempo nos sonhos e na "realidade"). Não há espaço para exageros como em Matrix: a mente humana tende a reagir de forma não muito amistosa quando as alterações são muito fortes.

É claro que este é um ponto de vista sobre o filme. Outras pessoas terão, possivelmente, outra visão da obra. Mas é justamente este mais um dos pontos altos do filme: estimular a interpretação, convidar os espectadores a investigarem a mente humana e o que ela faz quando todos estão dormindo. E também chamar a atenção para os limites a que se pode chegar na competição dentro do mundo corporativo. A possibilidade que isto abre para debates é altíssima. E é isto que anda faltando em Hollywood. Em meio a tantos remakes, falta originalidade e coragem de fazer algo diferente e bem elaborado, que convide a plateia a pensar. Christopher Nolan resolveu tentar. E conseguiu com maestria.

Nota final: 95 de 100 andares.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Review: A noite mais Densa #1

Capa Americana
Amiguinhos, depois de um longo período afastado, volto para o blog e vou começar falando da primeira edição  do que parece ser a maior saga do ano: A noite mais densa.


Devo dizer que aguardava esse lançamento no Brasil faz algum tempinho. Eu li a saga em inglês através de importados e sei que é uma boa saga.

A edição começa com a apresentação dos personagens e da trama geral. Geralmente essas partes ficam forçadas, mas Geoff Johns conseguiu (mais uma vez) fugir do óbvio e alinhou um dia de homenagem aos heróis e uma conversa de explicação entre o lanterna verde (Hal Jordan) e o flash(Barry Allen)
Capa da edição Brasileira


Acredito que Johns Seja um dos poucos escritores que possuem um nível de conhecimento muito grande sobre a cronologia do Universo DC, e esse conhecimento ajuda-o a manter personagens coesos e uma história bem amarrada e, acima de tudo, fácil de ler.

A edição é uma espécie de introdução, por isso talvez ela pareça um pouco parada em seu início, porém nos deixa com vontade de ler em seguida a próxima edição.

Ao final temos uma História Fill In sobre a Infância de Mongul. Nada relevante, porém divertida.


A edição ganha 80 andares na avaliação final.

Até a próxima e acompanhem A noite mais Densa.